Nonsense Friday

Nonsense Friday – Ônibus, Ironia e Traição

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Olá Geeks!

Sexta-feira chegou e com ela Nonsense Friday! Esse se passa numa Sexta-Feira…..rsrs! Divirta-se com mais um texto da série.

“Busão” lotado em plena sexta-feira? Ninguém merece, garçom traga-me uma cerveja bem gelada!


Nonsense Friday – Ônibus, Ironia e Traição


Nonsense Friday - Ônibus, Ironia e Traição

Sexta feira, 18:37 h, ônibus lotado e duas pessoas sentadas lado a lado: um homem acabara de assinar o divórcio com a mulher que ainda amava, e o outro homem acabara de receber a notícia de sua promoção a chefe da empresa, pois o antigo chefe havia morrido devido à uma insólita overdose.
– Eu nasci em São Paulo, sabia? – começou o homem eufórico.
– Sim, sabia. Também sei que sua mãe é Maria, seu pai é José e você é o salvador da humanidade. – respondeu secamente o recém divorciado.
– Que é isso, amigo? Pra quê tanto azedume?
– Eu, azedo? Não… Imagine! Hoje é o dia mais feliz de minha vida!
– Jura? Me conta tudo. – disse o eufórico ainda mais eufórico.
– Quer saber tudo mesmo? Cuidado, flechadas de alegria te atingirão… – disse o recém-divorciado imaginando até que ponto o eufórico não reconhecia sarcasmo.
– Estamos aqui para isso!
– Ok. Até um mês atrás eu era feliz e contente: casamento perfeito, esposa maravilhosa e dedicada. Um belo dia, fui viajar até Petrópolis para resolver algo do trabalho, fiquei quatro dias lá. Quando voltei, era um dia de semana e era cedo na manhã. Ao abrir a porta do meu apartamento, vi um homem estranho usando meu roupão e tomando café da manhã com a minha mulher. Como sou um marido carinhoso e compreensivo, fui à cozinha peguei um cutelo, olhei para o distinto senhor à minha mesa e disse: “Tire o meu roupão e vá embora agora, ou teremos peru para o Natal”. O homem disse: “Mas eu estou pelado..!” E em resposta eu brandi o cutelo no ar, o homem entendeu o recado, tirou o roupão e saiu correndo pelo corredor do prédio, pelado.
– Oh… Coitado de você, você virou…
– Corno, eu sei. – engoliu em seco o recém-divorciado. – Deixe-me terminar. Como qualquer homem, briguei com minha mulher e depois saí. Só voltei dois dias depois, e cheguei causando. Falei que queria o divórcio, e minha esposa disse sim aos pulos como uma criança que aceita um novo brinquedo. Só pedi o divórcio, porquê não agüentaria a coroa. Ela tinha até o número de um advogado no celular, para o caso de algum dia eu resolver pedir o divórcio. Só que eu amava ela… Ainda amo. Mas não pude voltar atrás ao ver o quão feliz ela havia ficado com o fim de nosso casamento. Enfim, hoje assinamos os papéis.
– Ah, amigo. Por isso você está assim… – disse o eufórico em tom condescendente.
– Já disse que não sou seu amigo. Só serei seu amigo, com um atestado de insanidade em mãos e uma overdose de Prozac. – bufou o recém-divorciado.
– Por falar em overdose, esse é o motivo de minha alegria hoje! – disse entre berrinhos o eufórico.
– Eu sabia que tanta euforia não podia ser natural…
– Não, a overdose não é minha.
– É minha então, seu Jesus?
– Não, é do meu chefe. Bom, ex-chefe. – rindo loucamente -Posso contar minha história?
– Isso, aí faremos um concurso da história mais engraçada. – respondeu o recém-divorciado imaginando a morte de seu eufórico companheiro de banco.
– Bom, trabalho em uma empresa que vende seguros. Meu cargo é o de gerente de vendas. Era. O meu chefe tinha 64 anos, era um Don Juan de muletas. Batia cartão nos bordéis da cidade. Na última noite, em um dos bordéis, se preparando para o ataque, o seu Miguel toma três Viagras seguidos de duas doses de whisky com energético. A adrenalina foi demais para o pobre senhor, que morreu. E como o único cargo acima do meu era o dele, agora sou gerente geral da minha empresa. – disse, praticamente vendendo sorrisos, o eufórico.
– Adoro pessoas como você, que se aproveitam da ausência de uns e a usam em seu próprio favor.
– Que bom! Abocanhei um fã! – bradou o eufórico, sem entender mais uma ironia.
– Abocanhar é o que farei com sua irmã, e fã é o seu cu aberto, agora me deixe ir para casa em paz. – resmungou o recém-divorciado.
– Seu filho duma puta, chupa rol…

O despertador toca, e Marcelo abre os olhos.
– Vamos amor. Hoje é o dia da sua viagem para Petrópolis! – diz Márcia.
Marcelo pensa.
– Sabe, Márcia, eu não vou. Vou ligar para o Pedro me substituir.
– Ah, é? – Márcia faz cara de decepção. – Eu também tenho que fazer uma ligação. Para…, para…, para desmarcar a manicure…
– Isso, vá amor.

E assim, Marcelo descobriu que tinha o dom da premonição.

Desde cedo sempre fui diferenciado, uma criança promissora diziam, muito criativo, inteligente e cheio de soluções práticas em tudo.

Me lembro de quando tinha 7 anos e na cidade que morava houve um concurso para premiar o cidadão mais velho da cidade. Na hora pensei na minha bisavô que com certeza era a cidadã mais velha de Matozinhos.
Cheguei em casa e perguntei ao meu pai quantos anos ela tinha, meu pai nunca sabia de nada e menos ainda a idade de sua avô, nem perguntei à minha mãe, não adiantaria, depois saberá o porquê.
Fui e perguntei a Dona Nêga, minha querida bisavô, só que ela não falava mais e nem ao menos sabia quem era aquela criança que falava com ela enquanto vegetava na cama.
Só que eu, criativo desde sempre resolvi pegar um pouco de Carbono 14 que tinha guardado da feira de Ciências, ir até a geladeira e peguei um dos frascos de leite do meu pai, que toda semana vendia pra uma clínica de reprodução artificial, éramos e ainda sou bem pobre, vivíamos da pensão da minha avô, da pensão da minha mãe que era inválida(quando digo inválida digo que minha pobre mãe antes de morrer era esquizofrênica, paraplégica e teve a sorte de casar com meu pai bebum e que não trabalhava, era cobaia dessa tal clínica de reprodução artificial) pois bem, misturei o Carbono 14 com o leite do papai e dei pra minha bisavô tomar afim de saber sua idade e ganhar o tal prêmio. Não deu certo, no outro dia minha bisavô morreu e acabei sabendo que ela tinha 103 anos, e se sobrevivesse por mais 15 horas ganharia o concurso, pois o vencedor, de também 103 anos, morreu um dia depois de minha bisavô.
– Hum, interessante. – Disse o chefe do setor de R.H dessa firma onde procurei emprego.
– Mas e aí doutor, o emprego é meu?
– Bem, sei que no cartaz dizíamos que procuramos alguém criativo e com boas idéias..
– Oh! E nisso sou bom!
– Sei, sei… mas meu filho, não é bem esse perfil que procuramos, vou anotar aqui no relatório e entrarei em contato caso nos interessarmos por você, obrigado viu. Próximo!
Continuo desempregado, mas criativo e com boas idéias.

 

Por hoje é isso amigos geeks, espero que tenham gostado de mais um Nonsense Friday. Não esqueçam, vocês podem ler a coletânea Nonsense Friday clicando aqui!

Se você curtiu, deixe um joinha e compartilhe! Abraço e até a próxima sexta!

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Delson Borges
Mineiro de Cambuquira, 28 anos, amante da poesia e causos que em devaneios e inspirações cotidianas transfere o que sente e contempla da vida para a literatura. Pretendo levar o leitor à lúdica aventura de sorrir, refletir e se deslocar no tempo e no espaço através de meus contos, muitos sem sentido ou nonsense como chamam os entendidos do assunto.
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