Nonsense Friday – O Poder da Fofoca

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Muito bem amigos geeks, mais uma sexta-feira, mais um Nonsense Friday. Hoje vamos falar de algo que é muito nonsense, afinal é pra isso que serve o Nonsense Friday certo? Vamos falar do poder da fofoca, confira!



A família é como um partido. Existem competições, intrigas, subdivisões, e influências. Nesse partido, quase comunista, as influências, por parte dos outros membros, chamados de “parentes”, podem decidir como ficará a imagem de um outro membro, e como conseqüência dessas influências, o membro difamado acaba sendo motivo de desgosto, quiçá chacota, mesmo por parte de outros membros que porventura não possuam nada contra o difamado, mas graças à pressão dos pares, também chamada de psicologia das turbas, exercida pelo difamador principal, passa também a difamar, iniciando assim, um ciclo, é o eterno retorno de Nietzsche se mostrando presente até nas famílias. Em suma, a família, ao contrário do que diria o senso comum, não é um órgão enternecedor, e sim, um órgão “fofocador”. E essa fofoca, quando oriunda do âmbito familiar, pode acabar com uma pessoa, o difamado, mas pode também dar ao difamado um ar mítico, legendário, e é exatamente isso que aconteceu com a mulher da história que vou lhes contar a seguir. O que será descrito a seguir é fato, mas, talvez uma parte seja só invenção da fofoca, se for, não sei, e por decoro, ou simplesmente medo, sinto-me na obrigação de mudar os nomes reais dos personagens. A história que se segue, faz parte da história da minha família, portanto, é mais do que uma história verídica, é uma fofoca verossimilhante.


Nonsense Friday

 


Nonsense Friday – O Poder da Fofoca



Regina trabalhava em um banco, mas lhes garanto que essa informação não possui utilidade alguma. Nesses tempos de labuta, Regina conhece um homem chamado Bento. Bento era casado e Regina era solteira, e a atração, logo de cara, foi mútua. Nessa situação, Regina era o que chamamos de concubina, amásia, ou se preferir no termo mais corrente, amante. Esse estado de concubinato é fortemente condenado pela sociedade ocidental, portanto, para se encaixarem nos padrões morais, Bento decide desquitar-se de sua esposa, para ceder aos caprichos de Regina. Regina é agora, o que de quando em quando pode-se ouvir em novelas televisivas, uma destruidora de lares.

Tendo já explanado sobre a origem de seu matrimônio, passarei agora a analisar fatos recentes de sua vida, a partir das informações a que tenho acesso, por conta da família.

Regina é agora, oficialmente, casada com Bento. Tem dois filhos, e um deles já lhe deu uma neta. Regina já fez viagens à Europa, principalmente à Itália, afinal, minha família possui raízes ítalas.

Como qualquer mulher de sua idade, entre os quarenta e os cinqüenta anos, que é dada aos vis prazeres do paladar para tentar compensar um vazio emocional, Regina vive constantemente no que podemos chamar de “luta contra a balança”. Sua saúde, como ela mesma diz, já não é a mesma dos tempos em que era uma moça, digamos, núbil. Pressão alta, problemas de visão, diabetes e a iminente menopausa, anunciam o que ela pretendia esconder, a idade.

Além dos problemas supracitados, problemas esses que dizem respeito só à ela, Regina possui outro problema, já esse problema diz respeito mais aos outros do que à somente ela, ela transpira excessivamente. Não é raro, em reuniões de família, vê-la com sua toalhinha a se secar incessantemente. Antes o inconveniente fosse esse.

Nós, brasileiros, fomos acostumados a cumprimentar-nos com beijinhos e abraços, esse costume não é só de brasileiros, e sim de qualquer povo de língua latina, povo de sangue quente, e como parte desse povo, Regina também é dada a esses costumes comportamentais, e como você pode imaginar, uma fusão entre o costume dos beijinhos e uma pessoa que transpira aos cântaros, não pode ser coisa das melhores. Regina se dirige às pessoas, toda cheia de afeto para lhes cumprimentar, porém, o seu suor faz por exterminar o afeto que poderia existir na pessoa que recebe o cumprimento, essa pessoa que recebe o cumprimento de Regina, acaba por ter em seu rosto o suor de Regina, ato que em toda a sua complexidade é totalmente descortês.

Regina fala de maneira muito curiosa, seus hábitos ao falar se assemelham muito ao de apresentadoras de programas televisivos que se destinam a esquadrinhar a vida de pessoas de certa maneira influentes, creio eu que, pessoas que são mostradas nesses programas não são influentes por algo pelo qual devam receber uma medalha de mérito, mas sim, por um completo demérito, o demérito de reduzir a cultura à muito menos do que um simples átomo. Sua maneira de falar, a leva a ser chamada por alguns de “pseudo-socialite”.

No entanto, são por essas, e por outras causas, que Regina é, desde já, um ser mitológico em minha família. A notoriedade que Regina ganhou, não foi por vontade própria, mas deve-se às supracitadas causas e efeitos da fofoca no meio familiar.


Por hoje é isso amigos geeks, espero que tenham gostado de mais um Nonsense Friday. Não esqueçam, vocês podem ler a coletânea Nonsense Friday clicando aqui!

Se você curtiu, deixe um joinha e compartilhe! Abraço e até a próxima sexta!

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Delson Borges
Mineiro de Cambuquira, 28 anos, amante da poesia e causos que em devaneios e inspirações cotidianas transfere o que sente e contempla da vida para a literatura. Pretendo levar o leitor à lúdica aventura de sorrir, refletir e se deslocar no tempo e no espaço através de meus contos, muitos sem sentido ou nonsense como chamam os entendidos do assunto.
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