Ichi Rittoru No Namida

Ichi Rittoru no Namida – Review

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Olá Otakus, Otomes e todo povo lindo aqui do Supremacia Geek. Eu sou a … Otaku Misteriosa e esse é meu post de estréia por aqui, por isso vou escrever sobre algo que amo muito e que tenho bastante conhecimento, dorama! Mais especificamente o meu dorama favorito e um dos que teve maior sucesso aqui no Brasil, Ichi Rittoru no Namida (Um Litro de Lágrimas). Há muito tempo li um review bem bacana, no Jwave, escrito pelo Giuliano Peccilli e tomei a liberdade de usar o texto dele como base para meu review, fazendo algumas atualizações!


 

Ichi Rittoru no Namida
Ichi Rittoru no Namida (Foto: Reprodução)

 


 

Prepare-se para derramar, Um litro de lágrimas

 


 

Ichi Rittoru no Namida


Ichi Rittoru no Namida é uma série extramemente dramática, seguindo o estilo de séries como Beautiful Life e Sekai no Chûshin de, Ai wo Sakebu. Em uma história que tem como tema central uma doença chamada Degeneração Espinocerebelar, este dorama nos apresenta a doce Aya Ikeuchi (Erika Sawajiri) que começa apresentar os primeiros sintomas dessa doença ainda incurável.

 


 

O livro

Baseado no drama da menina Aya Kito (na série, Kito foi mudado para Ikeuchi), o livro foi baseado nos diários pessoais que ela escreveu durante seu tratamento para retardar a doença. Lançado em 1988 e tendo vendido mais de 1 milhão e 100 mil exemplares, acabou-se tornando um dos livros mais lidos do Japão. Ichi Rittoru no Namida, só ganharia as telas japonesas em 2005. Exatos 17 anos após o lançamento do livro. Ichi Rittoru no Namida foi adaptado em duas versões: uma versão cinematográfica e outra que é a serie da qual falarei aqui. A versão brasileira do livro se chama Um Litro de Lágrimas, foi lançada pela New Pop Editora e pode ser encontrada na Livraria Saraiva por R$ 29,90.

 


 

A série [contém spoilers]

A série foi lançada em 11 episódios entre outubro a dezembro (a estação de inverno) de 2005 no Japão, pela TV Fuji. Aya Ikeuchi é uma garota de 15 anos que acabara de entrar em uma nova etapa de sua vida, o ensino médio. Conquistando uma vaga na escola que sempre desejou, Aya acaba se tornando uma das garotas mais populares da escola. Boa jogadora de basquete, aluna escolhida para ser representante de sala, também coordena a turma no ensaio de canto, além de estar próxima daquele que ama, o jogador de basquete Yuji Kawamoto. Com certeza é uma vida que muitos gostariam de ter, mas para Aya, infelizmente esses dias estavam contados. Vivendo em uma casa humilde, onde seus pais, Shioka e Mizuo, vendem tofu, Aya começa chamar atenção de sua mãe, por seus reflexos estarem ruins e começar a se machucar à toa a rua devido a frequêntes tombos. Desconfiando que alguma coisa estava errada, a mãe da Aya pede para o médico Hiroshi Mizuno fazer alguns exames mais profundos, constatando que ela tem uma doença incurável chamada Degeneração Espinocerebelar. Shioka fica arrasada e decide esconder da filha o que descobriu, ela quer que a filha curta um pouco mais esse momento que está vivendo na escola. O doutor recomenda contar o mais rápido possível, mas aceita a condição da Shioka, receitando remédios para Aya com outros motivos que não os reais. Chegando em casa, Shioka conta ao marido à situação grave da Aya, mas diz à ele que não acredita no médico e começa a estudar a doença, procurando outros profissionais e mostrando os exames da Aya. O resultado porém, é sempre o mesmo, para a tristeza dos dois. Chega o dia do coral da escola, assim toda família vai ver Aya coordenando a música “Sangatsu Kokonoka”. Shioka e Mizuo choram vendo a Aya tão feliz, sem saber a verdade. Aya percebe que os pais estão lhe escondendo algo e começa a investigar o que ela realmente tem. Desconfiada que sua família sabe mais do que está revelando, ela decide investigar nos computadores do hospital, chegando perto da verdade, quando é surpreendida pelo amigo de classe Haruto Asou. Os dois têm uma estranha amizade, desde o dia que ela foi prestar vestibular na escola e se machucou, fazendo Asou leva-la de bicicleta. Desde então, Asou sempre esteve presente na vida de Aya, e também percebeu que havia algo de errado com ela nos últimos tempos. Aya descobre a verdade… Em uma consulta com o doutor Mizuno, Shioka, Mizuo e Aya estão presentes, quando Aya surpreende a todos e pergunta ao médico se o que ela tem é Degeneração Espinocerebelar. Confirmando, Aya se pergunta o que ela fez de errado, para Deus a amaldiçoar com essa doença. Shioka e Mizuo choram ao ver que a Aya que eles conheciam, não existiria mais.

Porque essa doença me escolheu? Destino é algo que não se pode colocar em palavras. (Palavras de Aya Kito reproduzidas pela personagem Aya Ikeuchi)

A partir dessa etapa, a série ganha uma atmosfera muito negativa, onde acompanharemos a adaptação da família Ikeuchi as mudanças gradativas de Aya. Nossa protagonista terá que se acostumar com a doença, desistindo de seus sonhos um a um, sendo o primeiro, o de ser jogadora de basquete.

A direção da escola é informada da doença da Aya e ela começa a usar uma cadeira de rodas, precisando da ajuda de outros alunos para se locomover pelas escadarias da escola. Isso acaba gerando alguns incidentes entre alunos, chegando a virar assunto da Associação de pais e mestres, a APP, que quer a retirada de Aya da escola.

Em uma das conversas de Shioka com o médico, ele sugere que ela seja transferida para uma escola de deficientes físicos. Não desejando que sua filha viva numa escola de deficientes, Shioka e Mizuo precisam enfrentar seu próprio preconceito e aceitar que Aya precisava de um lugar totalmente adaptado para ela. Assim, depois de uma discussão entre os alunos sobre a pressão em retirar Aya da escola, fazendo-a se sentir um incômodo para todos, ela decide sair da escola que tanto batalhou para entrar. Essa é uma das principais perdas que ela sofre, sendo que no último dia de aula, todos correm atrás dela e cantam a música que cantaram juntos no coral, a “Sangatsu Kokonoka”.


 

A legenda está em Romaji e Espanhol (não achei uma versão bacana com legenda em português)


Aya começa aqui a etapa mais critica da sua doença. Na nova escola, ela é advertida por sua professora que não pode se atrasar por tentar caminhar, deve sim usar a cadeira de rodas. Aya também divide seu dormitório com uma garota com a mesma doença. Asou é o único que ainda a visita, contando como andam as coisas na antiga escola.

O tempo passa, Aya se forma na escola e a doença também progride, já mostrando sinais na fala. Shioka e Mizuo buscam Aya e apresentam seu novo quarto adaptado num espaço na antiga sala, mas Aya não quer atrapalhar seus pais, decidindo ficar no hospital. Asou finalmente cria coragem e se declara a Aya depois de tanto tempo, mas Aya decide que Asou não carregará esse fardo, e o dispensa por meio de uma carta.

Nesse meio tempo, Asou decide se tornar um médico igual ao pai, acreditando que pode achar a cura para a doença de Aya. Paralelamente, vemos que trechos do diário de Aya estão sendo publicados em livros de auto-ajuda para deficientes no Japão, ajudando várias pessoas a acreditar na vida. Asou faz as pazes com Aya levando um cartão postal de uma das fãs dos textos dela, fazendo Aya perceber que finalmente conseguiu ajudar alguém.

Não esperem um final feliz em Ichi Rittoru no Namida. Semelhante à Beautiful Life e Taiyou no Uta que abordam a doença do protagonista, aqui o público também terá de se despedir da adorável Aya, com sua morte no último capítulo.

Aya está com 25 anos, dos quais 10 passou lutando contra a doença. Pedindo para Asou ler seu diário, ela adormece e começa a recordar e sonhar que estava jogando basquete, sim, Aya não estava mais entre nós. Ainda não se recuperando da cena anterior, vemos Shioka e Mizuo deixando flores sobre o túmulo da filha, quando aparece milhares de pessoas em cadeiras de rodas, e outros personagens da série, fazendo sua última homenagem a Aya Ikeuchi. Essa cena tem uma das melhores fotografias de séries japonesas que eu já pude ver, sendo mais uma vez, difícil segurar as lágrimas para este maravilhoso dorama.

A TV Fuji se despede do público contando que o dorama foi baseado em uma história real e que Aya sempre estará viva em nossos corações. Enquanto isso aparecem diversas fotos de Aya Kito em todas as etapas de sua vida ao som da música tema Only human. Sim, Ichi Rittoru no Namida acabava e nos deixava órfãos, mas ainda não era o fim.


O Especial

Fazendo uma surpresa a todos, no dia 5 de abril de 2007 foi exibido um especial de duas horas e 20 minutos que mostra o que aconteceu seis meses depois da morte de Aya. Os protagonistas aqui são Haruto Asou, que se tornou médico na mesma área que o Dr. Mizuno e Ako, irmã de Aya, que se tornou enfermeira no mesmo hospital que Asou. Esse especial gira em torno de uma garota que é paciente de Asou e desistiu da vida, não aceitando tomar os remédios nem fazer a fisioterapia. Asou decide se abrir pela primeira vez e conta a ela sua história com a Aya em um grande flashback. Ako, que vê a cena escondida, se emociona ao saber que Asou não esqueceu de Aya, além de também se emocionar ao falar com ele no final desse especial.


Diferenciais da série

Muitas pessoas podem não gostar de um dorama com um tema tão depressivo, mas perdem a grande chance de conhecer um universo tão rico como o de Aya e aprender mais sobre a vida e mesmo como uma doença (principalmente uma doença tão grave) afeta toda a estrutura de uma família. A família Ikeuchi é uma família típica japonesa e tem bastante carisma em cena. Principalmente as brigas de Ako, irmã de Aya, e Mizuo, pai de Aya, na mesa de jantar, que são um show de atuação. Muitas vezes em cena, são esses momentos que diluem o sofrimento de Aya e sua doença. A união da família também é testada nos maus momentos, onde são as lágrimas escorrendo no rosto de cada um deles que imergem o sofrimento de Aya entre eles e o telespectador.

Vale mencionar que chorar assistindo essa série deve-se em grande parte à brilhante atuação da atriz Erika Sawajiri como Aya Ikeuchi. A atriz demonstra a evolução da doença no decorrer da série voltando realmente atenção sobre o sofrimento de sua personagem. Desde a perda dos movimentos das pernas até começar a perder toda sua capacidade de se expressar, Erika muda radicalmente de visual, nos fazendo sentir com saudades da promissora jogadora de basquete do início da série.


Sucesso e plágio

Ichi Rittoru no Namida tornou-se um grande sucesso por onde passou, tendo milhares de fãs em Hong Kong, Indonésia, Taiwan e Malásia, além do Japão. O sucesso da série logicamente chamou a atenção de produtores para séries com esse tipo de tema. Não é à toa que escolheram novamente a atriz Erika Sawajiri para o dorama Taiyou no Uta, no qual ela interpreta a garota Kaoru Amane, que tem a doença incurável chamada XP (Xeroderma Pigmentoso). O sucesso da série fez a emissora RCTI da Indonésia desenvolver a série chamada Buku Harian Nayla que significa “O diário de Nayla”. Chegando a uma audiência acima de 30%, sendo um grande sucesso no país. Além da fácil associação do nome Aya com Nayla, a série composta de 15 episódios apresentou muitos detalhes “semelhantes” aos abordados em Ichi Rittoru no Namida, o que fez a emissora Tv Fuji processar a RCTI por plágio. A atriz Chelsea Olivia Wijaya que fez a protagonista Nayla admitiu o plágio por parte da RCTI, como também disse que ficou receosa em assistir a série “original”. Para Chelsea, por mais que as séries se baseiem em fatos reais, ela não deseja ver sua atuação como uma imitação da atriz japonesa, já que foi verdadeira em sua atuação.


Trilha sonora

Ichi Rittoru no Namida tem, além da música tema, pelo menos mais duas músicas muito especiais, o que torna difícil julgar qual é a de maior destaque. A música tema,  “Only Human” do cantor coreano K, que tem um timbre de voz parecidíssimo com o do cantor Ken Hirai, é uma canção que transmite uma melancolia quando tocada junto às fotos da verdadeira Aya em todos os episódios. É uma canção bastante carregada e que fez muito sucesso ficando em 5º lugar na Oricon. As duas outras canções são do grupo Remioromen, a música Sangatsu Kokonoka (em português significa 9 de março) foi adaptada na forma do coral que a Aya organiza para a escola e a música Konayuki, que é tocada quando Aya está com Asou. Remioromen é uma banda de jpop e jrock que surgiu em 2000 e pertence ao selo Daizawa Records.


 

K – Only Human


Remioromen – Sangatsu Kokonoka


Remioromen – Konayuki


Elenco

Erika Sawajiri encabeça o elenco como a Aya Ikeuchi, conforme eu já comentei ali em cima. Atuando de forma magnífica, depois de Ichi Rittoru no Namida a atriz ficou conhecida entre os fãs como a atriz que “interpreta bem doentes”, já que logo após esse trabalho, ela fez a personagem Kaoru Amane que também tinha uma doença incurável em Taiyou no Uta. Através dessa série, a atriz tornou-se também cantora e lançou seu primeiro single intitulado Taiyou no Uta (Uma canção ao sol) o mesmo nome da série. Ela obteve o primeiro lugar do ranking da Oricon e ficou na lista dos dez mais do ano de 2006. Antes de Erika Sawajiri, nunca havia acontecido na história do Japão de um ator ir tão bem profissionalmente como cantor.

Ryo Nishikido interpreta Haruto Asou, par romântico de Aya na série. Ele pertencia a boy band NEWS, mesma do ator e cantor Tomohisa Yamashita (conhecido por ter atuado nos doramas Dragon Zakura, Kurosagi, Proposal Daisuken, Nobuta wo produce e outros). Entre outros doramas de sucesso do ator/cantor estão Teru Teru Kazoku e Attention Please. Ryo atualmente toca na banda Kanjani8. Ele fez um papel polêmico de um namorado que espanca a namorada em Last Friends, alavancando ainda mais sua carreira como ator.


 


 

Bem meus amores, esse foi o primeiro review que eu trouxe para vocês aqui no Supremacia Geek, espero que tenham gostado e que possam dar o seu joinha e compartilhar o post! Mil beijos e até a próxima!

Ah, o Giuliano Peccilli tem uma coluna fixa de reviews de J-Dramas lá no Jwave, vale muito a pena passar lá pra dar uma olhada! Confira: J-Drama Review, by Giuliano Peccilli.

 

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Otaku Misteriosa
23 aninhos de pura paixão por animes, mangás, doramas, tokusatus e cultura japonesa! Adoro cinema, cães e pessoas inteligentes, não necessariamente nessa ordem. Sou mestre de pokemóns aquáticos, pirata em busca do One Piece e já chorei um litro de lágrimas vendo dorama!